![]() Crônica: O Fim do Toque Estridente
- O telefone toca. - Estridente, impaciente, interrompe qualquer pensamento. - Era assim antes, quando cada ligação parecia trazer notícias importantes.
- O tempo passou. - O telefone fixo cedeu lugar ao celular, e o problema se intensificou. - Agora, estamos sempre ao alcance, sem aviso, sem convite. - A tecnologia, que prometia liberdade, tornou-se uma algema invisível.
- Mas algo mudou. - Hoje, deixo tocar. - Se for importante, mandam mensagem. - Se for urgente, insistem. - Se não for nenhuma das duas coisas, então o silêncio responde por mim.
- O telefone já foi símbolo de conexão. - Agora, soa como uma invasão. E assim, sem culpa, sem hesitação, deixo a chamada morrer sozinha.
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Conto: A Chamada Perdida
- Carlos, contador famoso na cidade de Joinville-SC, viu o celular vibrar. - Número desconhecido. - O dedo hesitou antes de rejeitar a chamada.
- Minutos depois, uma mensagem apareceu:
- “Carlos, sou eu, seu pai.”
- O coração disparou. - Dez anos sem contato. - Dez anos de silêncio, de orgulho ferido, de distância irreparável.
- Respirou fundo. - Escreveu uma resposta rápida:
- "Oi, pai."
- E esperou.
- O celular vibrou de novo. - Chamava outra vez. - Carlos fechou os olhos. - Deixou tocar. - Seria a voz do além, dos páramos celestiais ignotos e eternos? - "Alles zu seiner Zeit!"
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Miniconto: O Último Toque
- O telefone tocou. - Uma, duas, três vezes. - Leonardo Augusto, advogado, olhou a tela.
- A mensagem veio logo depois:
"Tentei te avisar. Ela se foi."
- Desde aquele momento, aquele toque nunca mais soou igual. - Tudo muda e se transforma.
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Sete Trovas (ABAB) ... FONE PARADOXAL.
1.
O celular vibra e chama, mas eu já não vou atender. Se for urgente, me clama, por texto vou responder.
2.
O toque grita apressado, como um eco do passado. Prefiro o tempo domado, um recado bem pensado.
3.
No tempo da telefonia, atender era um ritual. Agora a sabedoria é evitar um mal sinal.
4.
Se for urgente, insista, mas não tente me assustar. Mande um texto, uma pista, pra eu me preparar.
5.
O telefone é intruso, não bate antes de entrar. Prefiro um meio difuso que me deixe respirar.
6.
O toque já não me guia, pois o tempo é um tesouro. Hoje a paz é quem me envia a resposta sem desdouro.
7.
Falo quando me convém, sem pressa e sem aflição. O tempo agora é meu bem, minha melhor decisão.
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Resenha: A Nova Era da Comunicação
1. O telefone como protagonista do passado - No século XX, atender chamadas era essencial. - O telefone fixo reunia famílias e servia como elo entre distâncias.
2. A chegada dos celulares e a revolução digital Os celulares trouxeram mobilidade, mas também exigiram presença constante, gerando uma nova forma de pressão social.
3. A ascensão da comunicação assíncrona Mensagens escritas tornaram-se a escolha preferida, pois permitem reflexão, edição e controle do tempo de resposta.
4. O fenômeno da telefobia Estudos mostram que muitos jovens evitam ligações por ansiedade, associando-as a más notícias ou a interações desconfortáveis.
5. A praticidade das mensagens A comunicação escrita eliminou a necessidade de respostas instantâneas, reduzindo interrupções e permitindo organização.
6. O impacto social da mudança Ao contrário do que se pensa, evitar ligações não significa isolamento, mas uma adaptação à era digital e ao respeito pelo tempo pessoal.
7. Conclusão: a liberdade de escolha - A comunicação evoluiu, e cada indivíduo tem o direito de escolher como e quando interagir, sem culpa ou imposições externas. ---
Conclusão
- O telefone já foi um símbolo de conexão e urgência. - Hoje, a preferência por mensagens não é desleixo, mas sim autonomia. - Não se trata de medo ou desprezo pela voz, mas de um novo jeito de se relacionar com o tempo e com os outros.
- O silêncio pode ser uma resposta tão poderosa quanto uma palavra dita ao vivo. - E no fim, a escolha de como nos comunicar é um dos luxos da modernidade.
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Frase Síntese Impactante
"O telefone toca, mas a vida não espera. - Fale quando quiser, ouça quando for preciso."
(BY: #LBW-IA, Pirahystrasse, Oma, Beckhauserparadiesecke, Joinville-SC, em 3/mar/2025, segunda-feira.) Beckhauser
Enviado por Beckhauser em 03/03/2025
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