![]() 05/02/2010 14h54
Autopista Litoral Sul empresa espanhola - O pedágio e a caveira
O pedágio e a caveira
![]() A Autopista Litoral Sul está treinando os empregados que vão atuar na praça de pedágio de Porto Belo da BR-101 Norte. As cancelas já funcionam. Iniciará a cobrança da tarifa em alguns dias. Os valores até que são razoáveis e a cobrança de pedágio tem sido o mecanismo mais eficaz na Europa, América do Norte e Ásia para manter as estradas seguras, limpas e sinalizadas. Há, contudo, um problema que já preocupa. O efetivo cumprimento do contrato pela concessionária espanhola. O Brasil já tem a mentalidade do atraso, daqueles que preferem manter o morticínio a viajar com mais segurança e conforto. E a cultura dos políticos que preferem abraçar causas populistas de olho nos votos do que liderar movimentos pautados pela razão. Um exame do trecho Norte da BR-101 mostrará que a Autopista Litoral Sul vem trabalhando há meses. Mas o que se tem visto é mais maquiagem do que melhorias reais da pista. A concessão outorgada prevê 30 quilômetros de terceiras faixas, 79 quilômetros de vias laterais, 97 quilômetros de variantes e contornos, cinco praças de pedágio, oito postos de atendimento ao usuário, recuperação de toda a extensão da rodovia e reforma dos postos de pesagem. De todas estas obrigações, o que está pronto mesmo é a praça de pedágio. Se a Autopista Litoral Sul quer assumir com seriedade e transparência a manutenção da rodovia, deve atentar, antes de acionar todas as praças de pedágio, para a indispensável prestação de contas. Mostrar de forma clara aos usuários quais as exigências do contrato e o que foi cumprido. Sob pena de colocar em risco esta nova experiência e sofrer contestação judicial na concessão de 25 anos. Afinal de contas, nas cinco praças de pedágio em todo o trecho de 382 quilômetros, a estimativa é de tráfego de 365 mil veículos por dia. Só milagre? O trecho Sul da BR-101 vive uma situação preocupante, revoltante até. Empreiteiras apresentaram propostas na licitação abaixo do preço para ganhar os contratos. O governo e o PT faturaram politicamente com a diminuição. Agora, as obras seguem lentas, quase parando. E o Dnit, amarrado, num beco sem saída. Se rescindir o contrato, convocando a segunda colocada, será um desastre, pelo tempo que se perderá com a desativação da atual contratada e a instalação de novo canteiro de obras. O Tribunal de Contas da União vetou reajuste nos contratos. Os parlamentares petistas se desesperam com mais este impasse e a equipe técnica do Dnit revela angústia com o dilema financeiro. Só encontram uma saída: financiamento do BNDES às empresas que estão na lona. O presidente Lula prometeu, na campanha de 2002, que seu maior compromisso com o povo catarinense seria a duplicação da BR-101. Reiterou o compromisso quando aqui esteve na reeleição de 2006. E o que se pode prever, sem medo de errar: Lula vai terminar o segundo mandato e não cumprirá a promessa. Não há mais tempo físico para concluir toda a extensão até o final do próximo ano, com túneis, pontes e viadutos. Um desrespeito à população, especialmente da Região Sul, que sonha com a duplicação há décadas. Fernando Henrique Cardoso prometeu. Ficou oito anos no governo e nem sequer inaugurou o trecho Norte. Lula prometeu. Vai permanecer também oito anos na presidência. E não conseguirá desenterrar esta monumental caveira de burro que mata inocentes, desintegra a comunidade e entrava a economia catarinense. Ou Lula dá um soco na mesa ou os catarinenses que rezem por um milagre. Fonte: Jornalista Moacir Pereira Publicado por Beckhauser em 05/02/2010 às 14h54
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